segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Ética para Baruch Spinoza


Breve Biografia
Baruch (Benedictus, em latim) Spinoza era de família judia de origem portuguesa. Seu pai era um comerciante abastado. Criado dentro do judaísmo, Baruch estudou a Bíblia Sagrada e o Talmude, o livro dos ensinamentos rabínicos. Entre os anos de 1654 e 1656, dirigiu os negócios de sua família, mas, em junho desse ano, foi acusado de heresia e excomungado, tendo de abandonar a comunidade judaica. Mudou-se, então, para Leyden e depois para Haia, onde passou a viver de seu trabalho como polidor de lentes.

Em 1633, Spinoza publicou "Princípios da Filosofia de Descartes", obra expositiva dirigida a um jovem discípulo. Certamente já trabalhava, nessa época, na sua "Ética", obra-prima que só seria publicada postumamente.
Em 1673, foi convidado pelo rei Luís II a permanecer na França, recebendo uma pensão. Uma cátedra para lecionar na Universidade de Heidelberg lhe foi oferecida e também recusada. Spinoza preferiu a independência para elaborar sua obra. Levou uma vida sóbria, limitada por sua saúde frágil.e faleceu em 1677, aos 44 anos. Em sua obra mais importante, "Ética", o filósofo demonstrou, à maneira dos geômetras, a inteligibilidade de Deus.  

Ética para Spinoza
Para Spinoza a felicidade  é central para a ética. Spinoza distingue entre alegria e felicidade, elabora uma ontologia da alegria e inscreve a felicidade humana no tema da metafísica. Na filosofia espinozista, não é mesmo possível, para o homem, fazer metafísica sem pensar a felicidade e a sua própria, enquanto meditante das coisas metafísicas. É que, em Spinosa, o pensamento do Mundo é inseparável de nossa ação ética, e é uma ação da própria Substância. A Ética de Spinoza  é uma ética da alegria.
Na Ética, Spinoza trata de muitos outros temas antes de se dedicar mais explicitamente ao que hoje entendemos por essa questão. O sentido das reflexões de natureza ética é pensado como subordinado à sua inserção em um quadro mais amplo, que envolve teses metafísicas acerca da realidade das coisas e de sua origem, bem como de todos os aspectos relevantes para a compreensão dos fundamentos mesmo da moralidade.

No caso particular da Ética de Spinoza, essa inserção ganha uma relevância ainda maior, pois esses conhecimentos são a realização mesma da liberdade e da felicidade humanas. Assim, a Ética não é, para o pensamento de Spinoza, uma parte de sua filosofia, mas toda ela. Tampouco é uma reflexão racional que pretenda tão somente obter a ciência das condições da vida prática humana, das nossas virtudes e das nossas fraquezas, devidamente justificada no âmbito de uma teoria mais geral sobre o ser e o conhecer..

Cabe ainda ressaltar, a esse respeito, a força e a importância da reflexão spinozista sobre a política. Inicialmente concebida como parte da reflexão sobre as condições que determinam nossa servidão e que, nessa medida, devem ser conhecidas para que delas nos liberemos, o tratamento da sociabilidade e dos fundamentos da vida civil são objeto de algumas poucas proposições da quarta parte da Ética. No entanto, Spinoza passa a dedicar-se mais diretamente a esse tema motivado, pois estava engajado e preocupado com o rumo dos acontecimentos políticos da Holanda, Spinoza para a redação da Ética e escreve o Tratado teológico-político, um extraordinário libelo em favor da liberdade religiosa e de expressão, apoiado em uma interpretação da Bíblia marcada pelo recurso a um método exegético racionalmente justificado.
Para Spinoza o mundo não tem finalidade alguma (pelo menos que nós saibamos). A maneira de analisarmos os acontecimentos, a história, a natureza, sempre de acordo com alguma finalidade, é próprio dos homens, quando estes enxergam tudo sob a forma empírica do conhecimento. Sob a perspectiva sub specie aeternitats não há teleologia alguma por trás das coisas; elas apenas são. Conseqüentemente também não existe o perfeito e o imperfeito, o bem e o mal. Tais conceitos são apenas comparações que o homem faz entre o objeto que produz e outros na natureza (quando na verdade é tudo parte da natureza). Da mesma forma, bem e mal não são coisas em si, mas modos de pensar; o bem sendo o que é útil e o mal o que não é.

O homem que entende todas as coisas, acontecimentos e situações como procedentes de Deus (como seus modos e atributos), sabe que elas são Deus e ele mesmo é Deus (ou está em Deus). Retomando então suas raízes socráticas e estóicas, Spinoza afirma que a verdadeira bem-aventurança não é o prêmio da virtude, mas a virtude em si.
Eis um breve resumo da ética de Spinoza

Fontes
consciencia.org
joaquimdecarvalho.org
pensador.uol.com.br

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