Breve Biografia
Baruch (Benedictus,
em latim) Spinoza era de família judia de origem portuguesa. Seu pai era um
comerciante abastado. Criado dentro do judaísmo, Baruch estudou a Bíblia
Sagrada e o Talmude, o livro dos ensinamentos rabínicos. Entre os anos de 1654
e 1656, dirigiu os negócios de sua família, mas, em junho desse ano, foi
acusado de heresia e excomungado, tendo de abandonar a comunidade judaica.
Mudou-se, então, para Leyden e depois para Haia, onde passou a viver de seu
trabalho como polidor de lentes.
Em 1633, Spinoza
publicou "Princípios da Filosofia de Descartes", obra expositiva
dirigida a um jovem discípulo. Certamente já trabalhava, nessa época, na sua
"Ética", obra-prima que só seria publicada postumamente.
Em 1673, foi
convidado pelo rei Luís II a permanecer na França, recebendo uma pensão. Uma
cátedra para lecionar na Universidade de Heidelberg lhe foi oferecida e também
recusada. Spinoza preferiu a independência para elaborar sua obra. Levou uma
vida sóbria, limitada por sua saúde frágil.e faleceu em 1677, aos 44 anos. Em
sua obra mais importante, "Ética", o filósofo demonstrou, à maneira
dos geômetras, a inteligibilidade de Deus.
Ética para Spinoza
Para Spinoza a felicidade é central para a ética. Spinoza distingue
entre alegria e felicidade, elabora uma ontologia da alegria e inscreve a
felicidade humana no tema da metafísica. Na filosofia espinozista, não é mesmo
possível, para o homem, fazer metafísica sem pensar a felicidade e a sua
própria, enquanto meditante das coisas metafísicas. É que, em Spinosa, o
pensamento do Mundo é inseparável de nossa ação ética, e é uma ação da própria
Substância. A Ética de Spinoza é uma
ética da alegria.
Na Ética, Spinoza trata de muitos outros temas
antes de se dedicar mais explicitamente ao que hoje entendemos por essa
questão. O sentido das reflexões de natureza ética é pensado como subordinado à
sua inserção em um quadro mais amplo, que envolve teses metafísicas acerca da
realidade das coisas e de sua origem, bem como de todos os aspectos relevantes
para a compreensão dos fundamentos mesmo da moralidade.
No caso particular da Ética de Spinoza, essa
inserção ganha uma relevância ainda maior, pois esses conhecimentos são a
realização mesma da liberdade e da felicidade humanas. Assim, a Ética não é,
para o pensamento de Spinoza, uma parte de sua filosofia, mas toda ela.
Tampouco é uma reflexão racional que pretenda tão somente obter a ciência das
condições da vida prática humana, das nossas virtudes e das nossas fraquezas,
devidamente justificada no âmbito de uma teoria mais geral sobre o ser e o
conhecer..
Cabe ainda ressaltar, a esse respeito, a força e
a importância da reflexão spinozista sobre a política. Inicialmente concebida
como parte da reflexão sobre as condições que determinam nossa servidão e que,
nessa medida, devem ser conhecidas para que delas nos liberemos, o tratamento
da sociabilidade e dos fundamentos da vida civil são objeto de algumas poucas
proposições da quarta parte da Ética. No entanto, Spinoza passa a dedicar-se
mais diretamente a esse tema motivado, pois estava engajado e preocupado com o
rumo dos acontecimentos políticos da Holanda, Spinoza para a redação da Ética e
escreve o Tratado teológico-político, um extraordinário libelo em favor da
liberdade religiosa e de expressão, apoiado em uma interpretação da Bíblia
marcada pelo recurso a um método exegético racionalmente justificado.
Para Spinoza o mundo não tem finalidade alguma
(pelo menos que nós saibamos). A maneira de analisarmos os acontecimentos, a
história, a natureza, sempre de acordo com alguma finalidade, é próprio dos
homens, quando estes enxergam tudo sob a forma empírica do conhecimento. Sob a
perspectiva sub specie aeternitats não
há teleologia alguma por trás das coisas; elas apenas são. Conseqüentemente
também não existe o perfeito e o imperfeito, o bem e o mal. Tais conceitos são
apenas comparações que o homem faz entre o objeto que produz e outros na
natureza (quando na verdade é tudo parte da natureza). Da mesma forma, bem e
mal não são coisas em si, mas modos de pensar; o bem sendo o que é útil e o mal
o que não é.
O homem que entende todas as coisas,
acontecimentos e situações como procedentes de Deus (como seus modos e
atributos), sabe que elas são Deus e ele mesmo é Deus (ou está em Deus).
Retomando então suas raízes socráticas e estóicas, Spinoza afirma que a
verdadeira bem-aventurança não é o prêmio da virtude, mas a virtude em si.
Eis um breve resumo da ética de Spinoza
Fontes
consciencia.org
joaquimdecarvalho.org
pensador.uol.com.br
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