quinta-feira, 26 de junho de 2014

Anaxágoras de Clazômenas

Anaxágoras nasceu próximo a c. 500 a.C. – falecendo em   428 a.C. – ambos locais na Ásia Menor, atual Turquia.
Nasceu na colônia Jônia de Clazômenas, cerca de 30 Km a oeste da atual cidade turca de Izmir, na Turquia. Mudou-se para Atenas por razões desconhecidas, onde trabalhando como professor trinta anos. Foi o primeiro filósofo a  fundar uma escola. Entre seus alunos, encontravam-se Péricles, Tucídides, Eurípedes e, talvez, Demócrito e Sócrates. Segundo a tradição, é ele o autor de um livro denominado Da Natureza, em prosa, do qual restam cerca de vinte fragmentos.
Conforme Anaxágoras, cada coisa surge quando vários elementos se agregam, e desaparecem quando esses se separam. Ele pensava que as coisas ou seres eram compostos com qualidades semelhantes que, ao serem divididas ao infinito, se repetiam em cada porção. A esses elementos-qualidades, que associadas geram o ser, Anaxágoras chamou de Noûs (espírito, pensamento, inteligência).
O Noûs é o princípio ou arché de todas as coisas. É ele que fornece as leis do pensamento que se sobrepõe aos sentidos para conhecer e governar o universo. É preciso entender que o pensamento está nas coisas também, não é algo separado delas. Tudo tem causa e essa é sempre natural, física, ainda que o espírito aqui seja concebido materialmente.
Nous

Por exemplo: em um fio de cabelo, por menor que seja a partícula que o divide, nela contém todos os elementos do universo. “Tudo está em tudo”, afirmou Anaxágoras. E com isso, o Noûs é a matéria, a substância que causa tanto a agregação quanto a separação dos elementos que constituem os seres.
Anaxágoras era famoso por seu espírito prático, responsável por mudanças fundamentais na matemática do século V a. C., exercendo notável influência sobre a filosofia grega, além de introduzir em Atenas as concepções desenvolvidas pelos pensadores das colônias helênicas. Defendia a ideia de que, junto à matéria, existe um princípio ordenador, uma inteligência como causa do movimento, sendo por isso considerado o primeiro dualista e saudado com entusiasmo por Platão, por sua capacidade inovadora de pensar.
Essas “coisas que existem”, as quais, compondo-se e de­compondo-se, dão origem ao nascer e ao morrer de todas as coisas, não podem ser apenas as quatro raízes de Empédocles. Com efeito, a água, o ar, a terra e o fogo estão bem longe de terem condições de explicar as inumeráveis qualidades que se manifestam nos fenô­menos. As “sementes” (spérmata) ou elementos dos quais derivam as coisas deveriam ser tantas quantas são as inumeráveis quan­tidades das coisas, precisamente “sementes com formas, cores e gostos de todo tipo”, vale dizer, infinitamente variadas. Assim, essas sementes são o originário qualitativo pensado eleaticamente, não apenas como incriado (eterno), mas também como imutável (nenhuma qualidade se transforma em outra, exatamente à medida que é originária). E esses “muitos” originários são, em suma, cada um, como Melisso pensava o Uno.
Mas essas sementes não são apenas infinitas em número tomadas em seu conjunto (infinitas qualidades), mas também infinitas quando tomadas cada uma separadamente, ou seja, são infinitas também em quantidade: não têm limites na grandeza (são inexauríveis) nem na pequenez, porque podem ser divididas ao infinito sem que a divisão chegue a um limite, ou seja, sem que se chegue ao nada (dado que o nada não existe). Assim, pode-se dividir qualquer semente que se queira (qualquer substância-qualidade) em partes sempre menores que as partes assim obtidas serão sempre da mesma qualidade, ao infinito. Precisamente por essa característica de serem-divisíveis-em-partes-que-são-sempre- iguais é que as “sementes” foram chamadas “homeomerias” (o termo aparece em Aristóteles, mas não é impossível que seja de Anaxágoras), que quer dizer “partes semelhantes”, “partes quali­tativamente iguais” (obtidas quando se divide cada uma das “sementes”).
Homeomerias

Realizou ainda um estudo original sobre o problema do conhecimento humano. Anaxágoras separou em três estágios o conhecimento:
A experiência e a sensação - a relação com o mundo desenvolve nossa sensibilidade, fazendo com que seja possível identificar as modificações dos objetos externos.
A memória - o que vivenciamos através das sensações é depositado na nossa memória, definida como a nossa capacidade de conservar as experiências e os conhecimentos adquiridos.

A técnica - o acúmulo de conhecimentos em nossa memória vai gerar a sabedoria, que por sua vez dá origem à técnica, que é a nossa capacidade de utilizar os conhecimentos para construir objetos e modificar a natureza.

Ele teria sido também o primeiro a explicar o fenômeno dos eclipses solares. 



BIBLIOGRAFIA CONSULTADA - PESQUISA REALIZADA NOS SEGUINTES SITES:
www.templodeapolo.net
www.afilosofia.com.br
educacao.uol.com.br
origem-da-filosofia.info
www.mundoeducacao.com
www.consciencia.org
www.suapesquisa.com
www.infoescola.com
www.e-biografias.net
www.brasilescola.com
www.mundodosfilosofos.com.br

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